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Heaven, I’m in Heaven

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Cumpriu-se o desígnio: o New Quartet de Gary Burton veio mesmo ao Estoril e, mais uma vez, eu que não sou crítico, venho aqui deixar algumas simples notas de trabalho de campo... Acompanho a actividade musical de Gary Burton há mais de 40 anos. Tudo começou pelo fascínio inicial que me provocou a sua técnica e continua hoje com o fascínio absoluto que a sua música teima em me provocar. Cada disco e cada concerto de Burton constituem uma lição de musicalidade, técnica e de domínio da arte de ser um músico de jazz profissional. Este New Quartet é a montra mais recente de todas estas qualidades. Foi um privilégio podermos assistir a esta passagem pelo Estoril, no âmbito de uma longa tournée que o quarteto está a realizar e o Estoril Jazz está de parabéns por ter agarrado a oportunidade. A música deste quarteto não é especialmente inovadora. A inovação em Burton começou na técnica que desenvolveu —ainda muito jovem— para o seu instrumento, no formato dos seus grupos e no conce

Falar de nós

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A minha colaboração com o Teatro da Rainha soma, neste momento, 25 peças. Ao longo de todos estes trabalhos —na verdade, desde o primeiro de todos eles— o som tem sido uma dimensão desta nossa cooperação a merecer um cuidado e uma preocupação muito especiais. Do Falatório do Ruzante (a primeira para a qual concebi a música e aquilo que mais tarde começaríamos a designar por “cenário acústico”) até este Fernanda, quem falará em nós, os últimos? , o som é uma marca presente, que faz parte intrínseca do rigor e inovação que distinguem a actividade da companhia.   Posso dizer que, no decurso desta já longa colaboração, nos defrontámos com todo o género de desafios, no plano estilístico, formal e, bem entendido, funcional e operacional. O suficiente para termos desenvolvido uma ideia precisa, rica, concreta e muito bem fundamentada e algo rara do papel do som no teatro, hoje, da sua pragmática e da sua economia.  Neste arco de quase 30 anos, o que fomos produzindo oscilou entre o t

A catarse no teatro das didascálias

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São cinco estreias esta noite. Na companhia do autor. O Teatro da Rainha faz a estreia mundial da peça "O Teatro dos Papás", de Joseph Danan. A estreia contra a maré. "O Teatro dos Papás" é uma escrita intrigante, verdadeiramente inovadora e arrebatadora, de uma eficiência brutal (sobre a escrita de Danan veja aqui uma entrevista do autor dada ao encenador Fernando Mora Ramos). Escrita de uma economia tal que chega a ser um espectáculo em si. Um retrato subtil da mecânica escondida que governa o nosso mundo. Um resultado totalmente conseguido, que cada um descodificará segundo as suas necessidades e a sua capacidade de leitura da realidade. Como grande obra que é, ali cabem todas as realidades.  "O Teatro dos Papás" constitui uma visão poderosa e original do que pode ser o teatro hoje. O espectáculo é ainda a oportunidade para assistir às estreias profissionais dos três actores e da cenógrafa que completam a equipa que produziu esta peça. Mais