A rádio e os dias que correm



Deixe-me ajudá-lo a “descodificar” a foto. Ia eu a caminho do supermercado, esta manhã, aqui na minha terra, e dou com esta cena: à porta de casa, aproveitando a sombra temporária, este senhor vai gozando, com a tranquilidade que a foto pretende documentar, a frescura da manhã. Tem um pequeno rádio pousado em cima da perna (ora repare; a foto foi feita a alguma distância para não perturbar muito a dita cena.) 
Quem diz que a rádio morreu devia ter passado por aqui hoje. Para além de outras múltiplas funções, aqui está estoutra, quiçá inusitada, que a rádio cumpria de forma surpreendente, mas exemplar: banda sonora para um ensaio sobre a placidez.
Praticamente não se ouvia (se calhar, nem ele...), mas, na altura, a canção que passava era “My favorite things”. Cantada pela Julie Andrews, mas podia estar a ser cantada por outro qualquer, incluindo o próprio senhor da foto. 

Não haveria, por certo, outra canção que melhor pudesse ilustrar o sentimento que parecia transparecer do seu olhar, quando por ele passei. 

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