Sound design, marketing ou tontice?

Entro no supermercado e dou de caras com esta preciosidade: uma marca de batatas fritas convida-me — em tom familiar e “tutuando-me” — a “fazer sandes com barulho!”
Como durante muitos anos me dediquei a fazer cumprir as regras para prevenir o incómodo do “barulho” tive, confesso, um arrepio. Não me parece ser esta a melhor forma de sensibilizar as pessoas para a enorme importância do som na nossa vida, nem particularmente excitante esta nova técnica de design sonoro. Por outro lado, o truque de marketing vem provar, sem margem para dúvida (para quem tenha dúvidas...), a importância do som. Os promotores de vendas —que actuam em território certamente seguro e testado— não hesitam em explorar este filão. E fazem-no a um nível muito sofisticado, atingindo um ponto nevrálgico.
Talvez então o marketing possa ser um aliado. Perverso, mas eficaz... 

Pergunto-me se estes estariam interessados em financiar uma campanha de higiene auditiva. Imaginem, por exemplo, sobre os malefícios do uso de auscultadores (veja aqui ou aqui artigos que ilustram este problema.) O alvo? Justamente gente nova que eles querem cativar com esta nova forma de “fazer sandes”...

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