Não há coincidências (dois em um)

Fragmento de um desenho de © José Carlos Faria

Abertura. No passado dia 9/11, recebi finalmente, das mão do seu autor,  o meu amigo, cenógrafo e figurinista, José Carlos Faria, o prometido desenho de um figurino concebido por ele para a minha amiga Rita Nunes, a súper saxofonista. 

Primeiro Andamento. Há uns dias o José Carlos Faria surpreendeu-me com um telefonema para me informar que tinha o tal desenho original do figurino da Rita para me oferecer. Com uma dedicatória que me deixou absolutamente sem palavras. Só no dia 9, como referi, o desenho me pôde chegar às mãos. O desenho é, em si, uma verdadeira preciosidade e desencadeou, pela via do traço do Zé Carlos, uma cascata de caríssimas recordações.

Segundo Andamento. A Rita usou esse figurino na peça "Um contínuo movimento, um estranho equilíbrio" de Rocco D'Onghla, uma das peças que fazia parte de um espectáculo do Teatro da Rainha, chamado "Estação Inexistente." Que bem poderia chamar-se "Estação Inesquecível." A peça estreou em Abril de 2006. Eu tinha conhecido a Rita pouco tempo antes de começar a trabalhar na música do espectáculo, num concerto no CCB. Tinha decidido que a música se iria centrar na sua figura, sonora e visual, tal fora o impacte que ela teve sobre os meus olhos e ouvidos, aquando esse primeiro encontro.  A sugestão foi aceite e a Rita fez um trabalho absolutamente espectacular (cf. excerto do Tango Inexistente, um dos temas que fez parte da música da peça, re-orquestrado nesta versão. de arquivo)

Terceiro Andamento. O figurino que o Zé Carlos desenhou para a Rita, contribuiu decisivamente para o o resultado final do espectáculo que referi. A figura que ajudava a compôr, a um tempo cheia de energia e de poesia, foi um fortíssimo factor para a criação de uma dimensão muito especial do espectáculo. A presença dela, nestas circunstâncias, constituiu, diria, um espectáculo fora do espectáculo. Inesquecível, Voltaríamos a colaborar na música que escrevi para uma outra peça também levada à cena pelo Teatro da Rainha, chamada "O Coronel Pássaro," estreada em Março de 2007, um trabalho divertidíssimo, para uma peça singular (cf. excerto do Hino da Boytchevia, que fez parte da música da peça.)

Finale. Quis o destino que quando dei conhecimento à Rita da existência desse desenho, do qual tirei a pequena foto que ilustra este artigo, ela me informasse que viria tocar com o seu Olissipo Saxophone Quartet, aqui perto da minha terra. Um presente precioso do Zé Carlos, que produziu um reencontro feliz com a Rita.

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