Carta aberta a quatro queridos amigos
Queridos José Cruz, Jorge Alves, Andrés Pérez e Pedro Rodrigues (*) Escrevo ainda a quente, depois do concerto de ontem no Teatro Garcia de Rezende. Um concerto que integrou, pela primeira vez na minha vida, apenas obras de minha autoria. Ainda a tremer de comoção depois de ouvir as vossas interpretações das peças que integram este ciclo de A Parábola. De uma comoção medida, que tem tanto de emotivo quanto racional, que resulta de duas ordens de razões. Em primeiro lugar, porque o resultado artístico do que foi dado a ouvir ao público foi excepcional. Não uso uma bitola subjectiva para fazer esta afirmação. Digo-o de uma forma muito objectiva: se fosse possível (talvez o venha a ser um dia, quem sabe…) ligar um qualquer interface directamente ao meu cérebro, e depois daí a uma qualquer fonte sonora, sem quaisquer outros intermediários, era certamente isto que surgiria. Sou, portanto, a melhor testemunha de que estamos perante a versão mais fidedigna do que só mo...